Não é raro entrar no escritório de uma empresa e ver estampadas em algumas de suas paredes palavras ou frases expressando os valores daquela companhia. Antes que este texto soe como uma crítica a esse tipo de escolha de decoração do escritório, quero deixar claro que acredito que isso representa um esforço legítimo de manter os colaboradores em contato com aquele código que deve – ou deveria – reger a forma como as pessoas se comportam e se relacionam naquele ambiente. No entanto, a pandemia nos tirou dos escritórios e elementos visuais em suas paredes deixaram de representar um reforço à cultura de uma empresa. A cultura das organizações foi posta à prova e agora, mais do que nunca, está estampada nos comportamentos e nos relacionamentos cultivados nas conversas do dia a dia.
Meu primeiro dia na VTEX foi em novembro de 2020 e, apesar de nunca ter pisado no escritório – ou seja, não sei sequer a cor das paredes de lá, tampouco se existe alguma frase estampada -, a cultura da empresa se mostra de uma forma extremamente clara para mim desde o dia 1. Neste artigo, quero destacar um aspecto da cultura da VTEX que mais se faz presente no meu dia a dia: o senso de comunidade. Por acreditar que a cultura mora nos detalhes, vou trazer três pilares que, na minha percepção, sustentam o senso de comunidade na VTEX:
1) horizontalidade;
2) cooperação;
3) transmissão de conhecimento.
Entrei na VTEX como parte de um programa chamado DCS – Digital Commerce Specialist -, que visa preparar jovens recém-formados para o mercado de trabalho do mundo digital. Como era de se esperar para a primeira semana em uma nova empresa, recebemos uma agenda com as nossas reuniões de onboarding. O que não era esperado, no entanto, – não por mim, pelo menos – é que teríamos conversas com grandes líderes da VTEX. E quero deixar claro aqui que não estou falando de um papo institucional em que se fala de como a empresa cresceu em uma apresentação previamente montada e apresentada tantas outras vezes em outros onboardings. Era um espaço de vulnerabilidade, de compartilhamento de experiências, em que esses líderes contaram não só as suas trajetórias profissionais, mas também percalços pessoais que tiveram no meio do caminho. Foi quase como um abraço em tempos de pandemia.
Em muitos outros momentos nos 9 meses em que faço parte da VTEX, tive a oportunidade de ter contato com pessoas com maior nível de senioridade. Quando precisei decidir qual seria a área que gostaria de integrar em uma das rotações, por exemplo, tive conversas com líderes de diversas áreas sobre o caminho que eles seguiram e o caminho que eu gostaria de seguir. Na VTEX, as agendas de todos os colaboradores são abertas e tudo o que precisei fazer foi marcar um horário no Google Calendar e mandar uma mensagem breve sobre as minhas expectativas com aquele papo que eu estava marcando.
Os exemplos acima mostram que, embora existam sim pessoas com diferentes níveis de senioridade dentro da empresa – o que é perfeitamente natural, dado que coexistem na VTEX pessoas que trabalham com digital commerce há décadas, enquanto muitas outras, assim como eu, acabaram de iniciar suas carreiras nesse mercado -, não existe uma barreira que as separa. O que se observa, na verdade, é exatamente o contrário, uma vontade de se ajudar, uma cooperação quase orgânica, o que me leva ao ponto a seguir.
Durante o período do onboarding em que nós do DCS estávamos tendo contato com uma parte mais técnica da plataforma da VTEX, evidentemente muitas dúvidas surgiam. Muitos de nós nunca tínhamos tido contato com alguns conceitos importantes, como manipulação de API, por exemplo. Em uma conversa com os demais participantes do onboarding sobre as dúvidas que tínhamos, um amigo falou o seguinte sobre os analistas que estavam há mais tempo na VTEX: “As pessoas sempre foram MUITO solícitas. Coisa de louco, nunca tinha vivido isso antes. Simplesmente paravam o mundo pra te ajudar.”
Acho que foi nesse momento que eu me dei conta de que, desde que entrei na VTEX, o todo sempre se mostra mais importante que o individual. Esse senso de cooperação começa desde o dia 1 do onboarding na VTEX, quando somos apresentados ao que chamamos internamente de buddy. O buddy tem o papel de acompanhar o novo colaborador seja ajudando com questões mais técnicas quanto em assuntos mais associados à cultura, ao organograma ou até mesmo às ferramentas usadas internamente.
Na área em que passei a mais recente rotação, tive uma experiência de colaboração que jamais imaginei ser possível. Eu estava em uma das squads que atende grandes clientes da VTEX, como C&A e Black & Decker. A parte do time responsável por solucionar os problemas em relação à plataforma era composta por mim e outros dois analistas, e passávamos o dia todo em uma sala do Google Meeting. Por conta disso, os casos eram discutidos em grupo, de modo que eu estava empenhado não apenas em resolver os problemas que eu enfrentava, mas também em ajudar meus colegas com os problemas que eles estavam enfrentando e vice-versa. Além de ter sido uma grande experiência de colaboração e de trabalho em equipe, foi um dos períodos mais significativos em termos de aprendizado, que é exatamente o que vou abordar no último pilar que sustenta o senso de comunidade da VTEX.
É habitual na VTEX que os analistas, diante da percepção de alguma dificuldade – seja própria ou de uma parcela da equipe – , encontrem alguém que conheça daquele assunto e convide TODAS as pessoas do time para participarem. Existe um ambiente orgânico de treinamentos, em que não se faz necessária, na maioria das vezes, a intervenção de um líder ou gestor. Um detalhe interessante sobre isso é que, inclusive pessoas que têm domínio daquele assunto, entram não só para também partilhar seus conhecimentos, quanto para, possivelmente, aprender algo novo. “Sempre dá para aprender mais um pouco”, já ouvi de um analista em um desses treinamentos.
Outro exemplo em que a transmissão de conhecimento ocorre na VTEX é por meio do Commerce Talks, comunidade de pessoas que ajudam umas às outras a se tornarem especialistas em comércio digital. Todas as terças e quintas, alguém se voluntaria para ser um speaker do Commerce Talks, onde compartilha seu conhecimento a respeito de um tópico específico, como mídia digital, novas tendências do ecommerce, boas práticas de SEO no segmento de fashion, dentre tantos outros. Absolutamente qualquer pessoa pode apresentar. No mês passado mesmo, tive a oportunidade de apresentar para 60 pessoas um case que desenvolvi junto a 4 amigos do DCS sobre estratégia de marketing digital para um cliente de fashion da VTEX.
Viver em comunidade foi um dos aspectos que levou a humanidade ao estágio de desenvolvimento em que nos encontramos hoje. Da mesma forma, é impossível trabalhar na VTEX e não associar nosso crescimento à existência de uma comunidade tão colaborativa e preocupada com o desenvolvimento do outro, seja ele seu líder, seu par ou seu analista.
Em algum momento enquanto escrevia este artigo, descobri que, de fato, não existe nenhuma frase sobre comunidade estampada em nenhuma das paredes dos escritórios da VTEX espalhadas pelo mundo. Mas a verdade é que isso não se faz necessário. O senso de comunidade está no DNA da VTEX e está estampado na forma de se relacionar de cada uma das pessoas que trabalham aqui.